Ao longo do tempo, o rápido crescimento da população mundial passou a representar um grande desafio em relação à alimentação. Esse dilema se intensifica quando levamos em conta as limitações territoriais, juntamente a conflitos nutricionais, ambientais, financeiros, políticos, econômicos, entre muitos outros.
Nesse cenário, foi necessário pensar em soluções para ocupar menos espaço, produzindo em maior quantidade e com qualidade. Assim, foram desenvolvidas as sementes transgênicas e as sementes híbridas, com melhoramento genético, e que são capazes de resistir melhor a pragas, doenças e variações climáticas.
Neste post, você saberá o que é semente híbrida, semente crioula e semente transgênica, começando por esta última. Acompanhe o texto e fique por dentro!
O que são sementes transgênicas?
São sementes geneticamente modificadas (OGM) ou seja, elas receberam determinados genes de outro organismo e se tornaram mais resistentes a certos tipos de pragas ou doenças. Esses genes específicos são retirados de outro organismo e inseridos no DNA da cultura que se pretende modificar, como o milho.
Com isso, esse milho passa a conter a informação adicional em seu código genético e se transforma em uma espécie mais resistente a determinada praga. Em 1994, na Califórnia, EUA, foi desenvolvido o primeiro alimento transgênico do mundo, o tomate Flavr Savr, e sua comercialização foi aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration).
O objetivo do experimento era produzir um novo tomate, mais saboroso e com maior durabilidade. Em 2005, a Lei de Biossegurança foi aprovada para definir normas acerca da pesquisa, da produção, da distribuição e da comercialização de alimentos geneticamente modificados (OGM).
A tecnologia usada para promover o melhoramento genético na agricultura é atribuída à biotecnologia e à engenharia genética. Sua capacidade de melhoramento é considerada superior, ou seja, mais precisa e rápida que o processo convencional, que ocorre na natureza. Por isso, são importantes para ajudar a agricultura a produzir mais em menos tempo.
Quais são os grãos transgênicos?
Os produtos transgênicos mais conhecidos e comercializados no mundo são o milho (semente de milho transgênico), a soja, o feijão e o algodão. Com eles, são produzidos o óleo de cozinha, a proteína texturizada de soja, o extrato de soja, a margarina, o leite de soja, bolos, pães, biscoitos etc.
Sementes transgênicas no Brasil
A soja tolerante a herbicida foi uma das primeiras culturas desenvolvidas no Brasil a partir de sementes transgênicas. Sua liberação aconteceu em 1998, época em que agricultores do Rio Grande do Sul adotaram essa tecnologia, que já estava beneficiando produtores da Argentina e dos Estados Unidos.
A adoção de transgênicos proporcionou a aplicação do plantio direto e de defensivos químicos mais eficientes. Assim, foi possível garantir a manutenção da saúde do solo e do melhor manejo e controle de plantas daninhas.
Em relação aos trabalhos de biotecnologia feitos com sementes transgênicas de milho, a maior parte está relacionada à tolerância a herbicidas e ao controle de pragas. Muitos dos genes usados são originários do Bacillus thuringiensis — bactéria responsável pela produção de proteínas dotadas de propriedades tóxicas próprias para insetos, mas inofensivas em humanos e outros vertebrados.
No período de 2006 a 2020, de 108 culturas geneticamente modificadas, 106 foram autorizadas no Brasil. São elas: algodão, eucalipto, cana-de-açúcar, milho, feijão e soja.
Quais as vantagens e as desvantagens das sementes transgênicas?
Toda ação tem seus prós e contras. Vamos ver quais são eles em relação a sementes híbridas ou sementes transgênicas.
Vantagens das sementes transgênicas
Uma das principais vantagens dessas sementes é a alta qualidade de resistência a doenças e pragas, além de sua capacidade nutritiva. Essas características possibilitam o aumento da produtividade, quando comparadas às sementes tradicionais. Com isso, reduz-se a necessidade de aplicar defensivos agrícolas durante o ciclo da cultura.
Outra vantagem é que a recombinação dos genes resistentes a certas condições climáticas expande o potencial de produção em locais em que o cultivo está limitado por esse fator. Em áreas com problemas de estiagem, por exemplo, as sementes transgênicas apresentam boa produtividade.
Desvantagens das sementes transgênicas
Quanto aos riscos e desvantagens do uso de transgênicos, O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e o Greenpeace alertam que essa tecnologia pode acarretar ameaças à saúde ainda desconhecidas, como resistência a antibióticos e alergias.
entanto, é importante esclarecer que, no momento, estudos sobre os efeitos nocivos à saúde, atribuídos ao consumo de transgênicos por períodos prolongados, ainda não são conclusivos.
Os transgênicos causam prejuízos ao meio ambiente?
Conforme dissemos, os alimentos transgênicos são mais resistentes, e isso também acaba promovendo mais resistência das ervas daninhas. Para combatê-las, muitas vezes, é preciso usar mais defensivos nas lavouras, o que aumenta o custo da produção dos alimentos, além de afetar a água e o solo.
Além disso, o uso excessivo desses produtos também pode acabar com espécies benéficas e aliadas da polinização e produção de alimentos, como minhocas, abelhas e outras espécies de vegetais. Ainda, podem instigar o surgimento de superpragas e ervas daninhas mais resistentes a esses compostos, o que desemboca em maior dificuldade para controlar a qualidade da plantação.
Alguns especialistas apontam, também, o perigo de reduzir a diversidade de sementes, já que a chuva, o vento, os insetos e os pássaros levam o pólen de plantas transgênicas para as lavouras convencionais. Com isso, as sementes crioulas (convencionais) podem desaparecer.
Acredita-se, portanto, que esses impactos podem acarretar o empobrecimento dos solos. As variedades de sementes naturais poupam o solo de desgastes, enquanto produzem relativamente bem por um longo período, sejam quais forem as condições climáticas.
Contudo, é sempre bom esclarecer que os estudos ainda não são conclusivos no sentido de comprovar riscos ou desqualificar os transgênicos quanto à segurança ambiental e alimentar. Ainda não há dados concretos comprovando que os transgênicos prejudiquem a saúde ou o meio ambiente, da mesma forma que nada aponte que no futuro eles sejam inofensivos.
Quais as diferenças entre as sementes transgênicas, as crioulas e as híbridas?
Para fecharmos os esclarecimentos, veja o comparativo entre os tipos de sementes.
Sementes transgênicas
Conforme pontuamos, as sementes transgênicas são modificadas geneticamente, recebendo um ou mais genes de outras espécies. Normalmente, essa modificação é realizada entre vegetais e microrganismos como as bactérias, que podem conferir às sementes mais resistência a pragas e a doenças comuns em lavouras.
As sementes transgênicas sofrem mudanças para, também, combinar genes que agreguem mais qualidade, flexibilidade e produtividade ao enfrentar condições climáticas e ambientais adversas para as culturas.
Sementes crioulas
Já as sementes crioulas ou tradicionais representam as variedades locais. Foram selecionadas, armazenadas e transmitidas de geração a geração, preservando-se até os dias de hoje por bancos de sementes ou famílias de agricultores.
Diferentemente das sementes que são usadas na agricultura atual, as crioulas não sofreram nenhum processo de modificação genética por intervenção humana. Isso garante, de forma natural, uma gama imensa de diversidade genética, além de serem caracterizadas pela adaptação às condições ambientais de seus locais de origem.
Apesar de serem menos produtivas que as modificadas, ultimamente, as sementes crioulas se tornaram importantes fontes de variabilidade genética, na procura por genes de resistência ou tolerância a fatores abióticos ou bióticos que interessam muito à agricultura de hoje.
O manuseio comum do cultivo de sementes crioulas é armazená-las das lavouras para cultivá-las no ano seguinte. Trata-se de uma prática que favorece a seleção natural de plantas que apresentam características distintas. Dessa forma, os agricultores selecionam sementes que se adaptam cada vez mais às condições ambientais dos locais a que pertencem.
Sementes híbridas
Para saber o que são sementes híbridas, devemos entender que elas são produzidas por meio do cruzamento intencional entre duas outras espécies puras, que dão origem a culturas mais vigorosas. Um exemplo já bem conhecido é a semente de milho híbrido.
Essa característica transmitida para a nova espécie pode resultar em plantas mais produtivas, uniformes, com frutos que são produzidos mais rapidamente. Além disso, podem resistir melhor a doenças, pragas ou a fatores externos, como pouca água.
Entender o que são sementes transgênicas, sementes híbridas e crioulas é uma maneira de se atualizar sobre os processos que têm sido desenvolvidos nas pesquisas genéticas para melhorar a produção de alimentos no mundo. A população cresceu muito nas últimas décadas, e encontrar soluções alimentares mais seguras para todos é uma das maiores preocupações da vida moderna.
Fonte: Texto extraido da empresa JACTO (só replicamos o conteúdo na integra).